Futuro = consequências do Passado
Ouço muitas vezes dizer que antigamente
era diferente, e era! Que o compromisso era outro, que nos levantávamos com
ganas de ir jogar, por muito cedo que fosse, o treino era um prazer! Evoluir
para ser tido em conta era o mais importante! De facto os tempos mudaram, o
compromisso já não é o mesmo, a determinação deixou de ser objetivo na grande
maioria, e os jovens atletas de hoje, muitos deles, perderam a referência no
exemplo que vem de cima, julgam que já sabem tudo e não abrem caminho nem perspetivam
outros horizontes. Se tiver de desistir, desiste-se, há com que ocupar o tempo,
treinar sim, mas até a um certo limite de paciência que é definido por cada um.
(http://www.maisfutebol.iol.pt/exclusivo/14-02-2016/entrevista-a-julio-alves-o-erro-era-meu-nao-era-dos-treinadores
), mas muitos outros há como exemplo. Duas situações diferentes, mas que
espelham bem a ideia que quero transmitir. Num dos casos uma atitude
irrefletida e depois toda a sua envolvência e ruído criado que fez com que o
Maicon deixasse de ser uma referência para passar a ser dispensável, e noutra
um claro exemplo de que o facilitismo, o desleixo e a via mais fácil não é
nunca a solução. Encontrar culpas ou culpados não
é fácil. Porque é que se mudaram mentalidades? Porquê e quando é que aconteceu
toda esta viragem de paradigma? Sou treinador e pai, e muito me consome esta
viragem, será da educação? É certamente! Mas será que a educação é má? Não necessariamente!
Hoje há mais alternativas, mais informação e nem sempre fornecida da melhor
maneira. Se não for na atividade A pode sempre ser na B e os pais querem é a
felicidade imediata dos filhos. Aos formadores também é mais fácil e até mesmo aliciante
virar o foco para quem se aplica e se interessa, erradamente na minha perspetiva,
é muito mais fácil ignorar o problema do que tentar resolve-lo.
A incerteza do que realmente se pretende e acima
de tudo a falta de dedicação assente no fácil acesso às alternativas muito mais
facilitadoras para a realização imediata, por vezes hipotecam e acabam por
desviar o potencial existente, bem como esse potencial hoje exageradamente
sublinhado acaba por criar mundos fáceis que depois são facilmente absorvidos
por outros assentes no trabalho e no sacrifício para construir todos os dias um
futuro melhor.
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